Permanecer por horas a fio na frente da tela do computador provoca, no mínimo, cansaço e desconforto na vista. Quando estamos concentrados na frente da tela, a tendência é ficarmos com os olhos fixos e, involuntariamente, paramos de piscar como deveríamos. Isso resulta em falta de lubrificação e ressecamento dos olhos.
Portanto, a primeira dica é:
DICA 1
LEMBRE-SE DE PISCAR COM FREQÜÊNCIA. PARE A CADA DEZ OU QUINZE MINUTOS PARA PISCAR OS OLHOS DIVERSAS VEZES E DIRIGIR O OLHAR A UM OUTRO PONTO DA SALA, FORA DA TELA.
DICA 2
DA MESMA FORMA, O IDEAL É FAZER UMA PAUSA E LAVAR O ROSTO E, PRINCIPALMENTE, ENXAGUAR OS OLHOS A CADA DUAS HORAS.
Outro hábito saudável, sobretudo se ao acordar, você tiver dificuldade de abrir os olhos ou se eles estiverem cheios de ciscos:
DICA 3
DEIXE ESCORRER A ÁGUA DO CHUVEIRO SOBRE OS OLHOS FECHADOS POR ALGUM TEMPO, ENQUANTO TOMA BANHO. VOCÊ PODE INCLUSIVE USAR UM POUCO DE SABÃO OU ALGUMAS GOTAS DE SHAMPU NEUTRO NO PROCEDIMENTO.
A seguir indicamos alguns exercícios úteis para os músculos dos olhos, conforme recomendados na prática da Yoga. Enquanto executa os exercícios, mantenha a cabeça e a nuca paradas e relaxe os músculos do rosto, mantenha a espinha reta e os dois pés no chão, se estiver sentado, respire profundamente durante a execução dos mesmos. Comece todos os exercícios olhando para frente. Entre um exercício e outro, relaxe os olhos, fechando-os delicadamente. Os exercícios podem ser repetidos até 3 vezes cada um.
EXERCÍCIO 1
Esfregue as palmas das mãos vigorosamente uma na outra. Quando as mãos estiverem bem quentes, cubra os olhos fechados com as palmas das mãos, sinta o calor das mãos nos olhos por alguns segundos e, em seguida, abra os olhos devagar, olhando para as palmas das mãos, até afastá-las e sacudi-las como se estivesse secando as mãos. Aproveite para respirar profundamente enquanto faz isso.
EXERCÍCIO 2
Comece olhando para frente, depois dirija o seu olhar o mais completamente possível para a extremidade esquerda, como se estivesse seguindo uma linha reta horizontal imaginária. Volte o olhar para o centro e dirija o olhar o mais completamente possível para a direita, voltando à posição inicial. Tente ir devagar e manter o olhar por alguns segundos, enquanto estiver olhando para uma e outra extremidades, mantendo a mesma proporção de tempo nas duas direções. Você poderá até sentir o alongamento dos músculos dos olhos. Não se esqueça de não virar a cabeça nem a nuca. São somente os olhos que se movimentam!
EXERCÍCIO 3
Comece olhando para frente, depois dirija o seu olhar o mais completamente possível para cima (em direção ao teto) como se estivesse seguindo uma linha reta vertical imaginária. Retorne à posição inicial e dirija os olhos o mais completamente possível para baixo (em direção ao chão), volte o olhar à posição inicial. Tente ir devagar e manter o olhar por alguns segundos, enquanto estiver olhando para uma e outra extremidades, mantendo a mesma proporção de tempo nas duas direções. Não se esqueça de não virar a cabeça nem a nuca. São somente os olhos que se movimentam!
EXERCÍCIO 4
Comece olhando para frente, depois dirija o seu olhar o mais completamente possível para o canto superior esquerdo. Retorne o olhar para a posição inicial e dirija o mesmo para o canto inferior direito, como se estivesse seguindo uma linha reta diagonal imaginária, volte o olhar à posição inicial. Tente ir devagar e manter o olhar por alguns segundos, enquanto estiver olhando para uma e outra extremidades, mantendo a mesma proporção de tempo nas duas direções. Não se esqueça de não virar a cabeça nem a nuca. São somente os olhos que se movimentam!
EXERCÍCIO 5
Comece olhando para frente, depois dirija o seu olhar o mais completamente possível para o canto inferior esquerdo. Retorne o olhar para a posição inicial e dirija o mesmo para o canto superior direito, como se seguisse uma linha linha reta diagonal imaginária, volte o olhar à posição inicial. Tente ir devagar e manter o olhar por alguns segundos, enquanto estiver olhando para uma e outra extremidades, mantendo a mesma proporção de tempo nas duas direções. Não se esqueça de não virar a cabeça nem a nuca. São somente os olhos que se movimentam!
EXERCÍCIO 6
Comece olhando para frente, depois dirija o seu olhar para baixo e comece a fazer os olhos percorrerem um círculo imaginário, em sentido horário. Vá devagar, sem "pular" ou "tropeçar’ com o olhar em partes do círculo imaginário. Ao completar o círculo, reverta o processo e dirija o seu olhar no percurso do círculo imaginário em sentido anti-horário. Não se esqueça de não virar a cabeça nem a nuca. São somente os olhos que se movimentam!
APÓS EXECUTAR OS EXERCÍCIOS
Depois de completar qualquer um dos exercícios acima, ou todos eles, feche os olhos apertando intensamente os cílios por alguns segundos. Abra os cílios e os olhos e pisque o mais rapidamente que puder por alguns segundos. Relaxe novamente, fechando delicadamente os olhos ou repita o contato com as palmas das mãos quentes, conforme descrito no exercício 1.
VARIAÇÕES PRATICADAS PELA YOGA
Os exercícios 2, 3, 4 e 5 podem ser feitos com os braços estendidos e os dedos polegares de ambas as mãos para cima. Nesse caso, os polegares serão o foco do olhar nas extremidades, posicionados conforme as direções indicadas em cada exercício (à esquerda e à direita, com os braços na horizontal; em cima e em baixo, com os polegares demarcando o início e o fim de uma linha vertical imaginária, etc…). É como se os polegares sinalizassem os pontos concretos de partida e de chegada para a concentração do olhar.
Todos os exercícios indicados acima podem ser feitos também com os olhos fechados, porém, nesse caso, é necessária uma maior capacidade de concentração.
Quem nunca viu um caduceu, representado nos receituários médicos, ou como logotipo de algum hospital, clínica médica ou faculdade de medicina?
Símbolo da saúde e da Medicina, o "caduceu" é o bastão circundado por duas serpentes que se enrolam em espiral e um par de asas na extremidade superior. No Ocidente, o caduceu é a insígnia do deus Mercúrio ou Hermes, o mensageiro dos Deuses, simbolizando uma longa série de coisas. Segundo Virgílio, no Livro IV da Eneida, o caduceu pertencia anteriormente a Apolo, que o trocou pela lira de Mercúrio. Asclépio, o deus grego da cura, também é representado com um caduceu (é interessante que este tenha se tornado o símbolo da Medicina no século XVI, justamente quando o Renascimento resgatou a sabedoria e os conhecimentos da Antiguidade Clássica). Em outras civilizações, como o Egito Antigo, podem ser encontradas variações dessa mesma imagem ou de seus elementos, com vários tipos de conotações. Vamos nos concentrar apenas na espiral formada pelas serpentes em torno do eixo central da representação.
A palavra espiral é de origem indo-européia, tendo chegado a nós através do grego "spêiros" e do latim "spira", as mesmas raízes da qual derivaram as palavras respirar, inspirar, expirar — sopro, respiro, respiração (spiratione) e a palavra espírito [spiritu(m)].
Deslocando-nos da mitologia ocidental para a simbologia hindu, verificamos que as duas serpentes entrelaçadas espiralando em torno do eixo central não são mais do que a representação dos canais ou correntes de energia (nadis) no corpo humano — as correntes positiva, negativa e neutra.
Os ensinamentos da Yoga nos transmitem que esses 3 canais são os seguintes:
ida, o canal de polaridade negativa, originando-se na inspiração da narina esquerda;
pingala, o canal de polaridade positiva originando-se na narina direita; e
sushumna, o eixo ou canal central, situado na espinha ou coluna vertebral e em torno do qual as outras duas correntes se espiralam, gerando em seus pontos de contato os vórtices ou rodas de energia (chakras).
Para a Yoga, assim como para a vida, a ação mais fundamental do organismo é a respiração, o sopro de vida pelo qual além do oxigênio, flui para o corpo a própria essência divina (prana) que sustenta o corpo físico, conectando-o à mente, à alma e ao espírito. Com os exercícios de respiração profunda e controlada (pranayama), a mente se acalma, se concentra e nos reapropriamos da saúde e dos ritmos naturais de nossos corpos, podendo até transcendê-los, quando a consciência atenta propicia o estado de meditação.
Os exercícios de respiração devem ser praticados com constância e regularidade (diariamente) com uma atitude positiva, e de estômago vazio (pelo menos duas horas depois de comer). Na maioria dos exercícios de respiração, a coluna, da base ao pescoço deve estar reta e o queixo ligeiramente voltado em direção ao peito, e a concentração fixar-se entre os olhos (no chamado terceiro olho). A menos que seja especificado de outra forma, a maioria dos exercícios deve ser feita com a boca fechada, e a respiração ocorrer somente pelas narinas
Alguns exercícios respiratórios (o óbvio é o que mais se subestima):
I. Respiração completa em três partes (Dirgha pranayama)
Aqui, o objetivo é a conscientização do que significa um ciclo respiratório realmente completo, do diafragma, à região toráxica, à região clavicular.
1. Ao inalar, sinta o ar preencher a região abdominal, (coloque as mãos sobre a barriga para sentir como ela se projeta para cima ou para frente, dependendo se você está sentado ou deitado). Ao exalar, sinta o ar esvaziá-la, como um balão que está murchando. Repita o exercício várias vezes, mantendo uma respiração calma, profunda e controlada, sem forçar ou criar tensões.
2. Depois de inalar conforme descrito na fase 1, continue inalando expandindo o processo também para região da caixa toráxica (você pode colocar as mãos sobre as costelas para sentir como a caixa toráxica se projeta para ambos os lados). Exale, soltando o ar da caixa toráxica e do abdome, repetindo o processo várias vezes.
3. Depois de inalar conforme as fases 1 e 2, continue o processo de inalação, expandindo também a parte superior do peito. Exale, soltando o ar da parte superior do peito, da caixa toráxica e da região da barriga.
4. Depois de se conscientizar de cada etapa do processo completo de respiração, combine as três fases de maneira contínua e natural. A prática constante dessa respiração ajuda a conscientização do que é um ciclo respiratório completo, promove a respiração diafragmática, aumenta o nível de oxigênio no sistema sanguíneo, e libera os pulmões de maiores quantidades de dióxido de carbono. Ela pode ser efetuada com a pessoa sentada ou deitada.
II. Respiração vitoriosa (Ujjayi)
Ujjayi significa "vitorioso". Nesta respiração, também conhecida como "sonora", inspira-se e expira-se pelas narinas, produzindo um leve som contínuo entre o nariz e a garganta (a glote se contrai, ligeiramente, a cada inalação e exalação); o som não precisa ser muito forte, mas suficientemente audível para alguém que esteja bem próximo de você). Para melhor entender o que deve ocorrer, procure expirar uma ou duas vezes pela boca, produzindo o som AH, como se quisesse embaçar um espelho. Tente agora produzir esse mesmo som com a boca fechada, tanto ao inalar quanto ao exalar, mantendo essa respiração por alguns minutos. Você verá que essa prática ajuda a concentração e o aquecimento do corpo. Ela pode ser feita antes ou durante a meditação, ou durante a prática de posturas (âsanas). O seu efeito é calmante e propício a concentração, promovendo um prazeroso bem-estar em todo o corpo. Tente prolongar a duração de cada inalação e exalação, sem criar tensão alguma em nenhuma parte do corpo.
III. Respiração alternada (Nadi Shodhana)
Como vimos acima, "nadi" é o nome dos canais por onde fluem as correntes de energia (prana) ao interior do corpo. Shodhana significa "limpeza". Portanto, literalmente, Nadi Shodhana significa a limpeza dos canais ou correntes de energia. Esta forma de respiração diminui a ansiedade e o estresse, acalmando e tornando mais lúcida a mente. Isso ocorre pois ela equilibra os hemisférios esquerdo e direito do corpo.
Comece curvando os dedos indicador e médio da mão direita em direção à palma da mão e deixando estendidos o polegar e os dedos anular e mindinho. Apoie e pressione o polegar do lado da narina direita, inspirando de modo calmo, contínuo e pleno pela narina esquerda. Segure a respiração por alguns segundos. Agora, afaste o polegar da narina direita e apoie e pressione os dedos anular e mindinho ao lado da narina esquerda, expirando de modo calmo, contínuo e pleno pela narina direita. Mantendo a pressão do lado esquerdo, inspire pela narina direita. Segure a inspiração por alguns segundos. Volte a apoiar e pressionar o polegar do lado da narina direita, repetindo o ciclo completo. Em poucas palavras: 1. inale somente pela narina direita, 2. exale somente pela narina esquerda, 3. inale somente pela narina esquerda, 4. exale somente pela narina direita. Tente fazer pelo menos de 5 a 10 ciclos completos, aumentando gradualmente o número de ciclos. Lembre-se sempre de manter um ritmo lento, continuo e pleno na respiração. Ela pode ser repetida várias vezes por dia para controlar a ansiedade e o estresse, ou simplesmente para equilibrar o corpo e a mente.
IV. Respiração de Fogo (Agnisara Dhauti)
Depois de inalar e exalar normalmente algumas vezes, contraia o abdome em direção às costas e para cima, soltando-o em seguida. Sem inalar novamente, contraia e solte o abdome repetidas vezes, até sentir necessidade de inalar novamente. Neste ponto, volte a inalar, exale e repita o processo. O número de contrações por ciclo varia segundo a prática. Comece contraindo de 3 a 10 vezes por ciclo.
V. Respiração do Crânio que Brilha (Kapala Bhati)
Neste tipo de respiração, também conhecida pelo mesmo nome de Respiração de Fogo, a ênfase é no momento da expiração. Ao expirar, contraia o abdome ligeiramente. A inalação ocorrerá espontaneamente. O ciclo de expiração/inspiração deve ser muito leve e rápido: execute uma série de contrações do abdome ligeiramente, rapidamente e ritmicamente, inalando levemente após cada contração/exalação. Comece com um minuto de prática, descansando e respirando normalmente depois. Essa forma de respiração é muito utilizada na prática de Kundalini Yoga, durante a execução de âsanas repetidas. Ela purifica o cérebro, aumenta o volume de oxigênio inalado, acelerando os efeitos benéficos no corpo. Entretanto, pessoas com problemas pulmonares ou com pressão alta deveriam evitar essa prática.