A foto publicitária inaugura a era da substituição da representação pública pela apresentação pública. A partir dos anos vinte deste século, quando a imagem fotográfica começa a substituir sistematicamente as ilustrações e desenhos nos cartazes, prospectos, capas de livros e anúncios em geral, a relação entre imagem e publicidade já não tem uma memória curta, a lembrança de um passado mais ou menos distante, mas uma vontade, uma potência de mobilizar o futuro, e não apenas de representar o passado. Para o teórico da velocidade Paul Virilio, em sua obra "A Máquina de Visão", o processo que fez com que a imagem fosse tomando o lugar das coisas, ou, se preferirmos, da versão ser mais importante do que os fatos, tem sua gênese ligada à publicidade:

Desta forma, bem mais do que a foto documental, a foto publicitária prefigurou a imagem ....audiovisual, imagem pública que vem hoje suceder o antigo espaço onde se dava a comunicação social, avenidas, praças públicas de agora em diante ultrapassadas pela tela, o cartaz eletrônico à espera da chagada, amanhã, destas "máquinas de visão" capazes de ver, de perceber em nosso lugar.

Lentamente, as mídias eletrônicas – da pequena tela aos telões eletrônico-digitais, esses novos coadjuvantes da paisagen urbana, passando pelas diversas modalidades de telecompras e, mais recentemente, pela compra via computador– atuando em tempo real, forçaram uma redefinição no modo de produção da mídia impressa (incluindo aqui a puplicidade de revistas, jornais e out-doors). Para não ficarem a reboque da televisão, por um lado esses meios agilizaram sua produção e aumentaram a velocidade da distribuição, na ânsia de diminuir o tempo entre o fato e o momento da leitura, e por outro investiram em novos projetos, cortando o texto, incrementando a quota de gráficos e diagramas, carregando nas cores, nos tamanhos dos corpos e na variedade das fontes, entre outros artifícios, que ficariam conhecidos como infografia:

A velha fórmula segundo a qual a informação é praticamente a única mercadoria que não vale mais nada ao fim de vinte e quatro horas merece portanto reflexão. No século XIX e no início do século XX, em pleno auge da imprensa, trata-se....menos de "produzir informação" do que de antecipá-la, de alcançá-la em movimento, para finalmente vendê-la antes que seja literalmente ultrapassada. Os assinantes passam a comprar menos notícias cotidianas do que adquirir instantaneidade, ubiquidade, ou, em outras palavras, compram sua participação na contemporaneidade universal, no movimento da futura cidade planetária.

Pubblicare quer refletir a partir desse processo de criacão de demandas instantâneas, que nasce da intersecção entre comunicação e publicidade.