Na virada do milênio decretava-se o fim da vida atual em prol de uma conexão permanente com a rede, uma monocultura da internet. A paródia ao poema de Manuel Bandeira, que circula pela rede reflete bem o momento:
Vou-me embora pra Internet
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
No site que escolherei
Vou-me embora pra InternetVou-me embora pra Internet
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente
Que Joana a Louca de Espanha
É nome falso de gente
Mas existe realmente
Na sala de chat que entrei E como falarei no ICQ
Clicarei como um atleta
Urrarei Yahoo!Yahoo!
Escalarei o Altavista
Aprenderei a navegar! E quando estiver cansado
Digito beiradorio.com
Mando "e-mail to" mãe-d'água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contarVou-me embora pra Internet
Na Internet tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De garantir a transação
Tem acesso gratuito
Tem mp3 à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me conectar
- Lá sou amigo do rei -
Terei a mulher que eu quero
No site que escolherei